Te peguei na minha lira
Vi, que lhe tinha inteira
E esperei à noite, amada
Te ter na brincadeira
Na parede da chapada
Descrevi tua estrela
Desejando a sexta feira
Tentei, de te encontrar
Aparei da tez da aurora
Brisa ligeira
No apagar da sexta hora
Vi, que enfim te encontrei
No zunir da Pirapora
Den'da ribeira
No verter da beira d'água
vi que o rio beira mar
Essa mira violeira
Desse chão tão caipira
Recebeu você na lira
Despira-te de vez
Na contemplação da gira
Te deitei numa esteira
Nossa manta preguiceira
que fiz pra te ninar
Afundei na beira d'água
Minha algibeira
Colhi frutas den'da mata
Peixes, no rio, pesquei
Juntei tronco, folha e palha
Fiz uma fogueira
E a clareira enluarada
Testemunhou eu te amar
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