Não vejo mais boi de canga, não vejo mais changuedor
Não vejo mais o tropeiro estalando o arreador
Tudo pertence ao passado na mente do cantador
Era, era, era boi, era, boi, era boiada
E os gritos foram subindo com a poeira da estrada
Lembrando de antigamente nos tempos que já passaram
Só se encontra nas estradas tropeiros que já tropearam
Só se vê os carreteiros que os bois de canga largaram
Chegaram falando macio sem sotaque, nem estampa
Com a força de gigantes entreveraram cascos e guampas
Carreteiro sem guiada dando um silêncio nos pampas
Devemos tudo ao progresso, tudo o progresso matou
No lugar de uma carreta um caminhão carregou
E no lugar do tropeiro um motorista ficou
Esta revolta que grita aqui dentro do meu eu
Boi, carreta, carreteiro virou peça de museu
E eu grito e bato no peito que a tradição não morreu
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